Banho de Mar
- Johanna Homann
- 6 de jan. de 2024
- 2 min de leitura

Nada como um banho de mar no primeiro dia do ano.
A parte das metas já tinha sido pensada e escrita há uma semana, e pela primeira vez reduziu os itens daquela lista. Esse período é bom para reflexão. Não que nada mude na natureza. Essa virada é apenas mais uma convenção dos homens, mas por que não tirar proveito disso?
Era raro ela viajar nessa época. Geralmente, prefere lugares mais vazios ou ficar em casa.
Mas naquele ano foi diferente. Ela estava diferente.
Naquele primeiro dia do ano, ela estava com a família, em uma praia lotada. No dia primeiro, entrou no mar sozinha. Respirando e consciente da respiração, ela caminhou pela areia para sentir por inteiro aquela experiência. De repente, o balanço de suas emoções.
Por muito tempo acreditou que todo o seu esforço a levaria para algum lugar, calmo, sossegado e previsível. Mas a cada tranquilidade, lá vinham novos desafios exigindo dela novas respostas. Assim como no mar. Para cada onda, ela tinha que responder de uma nova forma.
O mar naquele dia estava agitado, com uma corrente puxando para a direita e foi percebendo que as exigências sobre as pernas eram diferentes também. Em alguns momentos, ela tinha que mergulhar, em outros pular as ondas. E começou a curtir e a experimentar novas possibilidades, virando o corpo para um lado e para outro, boiando de costas para o mar e batendo as pernas. Foi curtindo cada nova experiência, como se fosse uma criança curiosa com um brinquedo novo.
Ali, lavada pela água salgada sentiu que é possível viver aberta para o quê o mar chamado vida, ou a vida chamada mar sempre traz. A partir disso, considerou brincar com as diversas possibilidades que tem para jogar com as ondas chamadas oportunidades. Considerou levar para a vida real um pouco dessa sua experiência no mar. Saiu dali aberta para as ondas secas da vida que sempre chegam.
E assim, começou mais um ano, acreditando ter um olhar novo.
Comentarios